Sector produtivo desafiado a apostar em matéria-prima local
No âmbito da monitoria do sector que dirige, o Ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, visitou, recentemente, unidades fabris para o acompanhamento da produção nacional na província de Maputo. Na ocasião, o dirigente desafiou aos gestores da Limak Cimentos a diversificar seus investimentos e expandi-los para zonas onde abundam matérias-primas, sobretudo nas regiões Norte e Centro do país. “Nós desafiamos esta empresa a apostar na diversificação da sua acção em Moçambique e também explorar todo o território nacional. Em Cabo Delgado, por exemplo, podemos encontrar enormes reservas de calcário, que é a matéria-prima essencial para iniciar esta actividade. ” Referiu o ministro.
O dirigente assegurou que, com a aquisição de clínquer e também de calcário, produzido localmente pela fábrica Dugongo Cimentos, a indústria do cimento continuará a importar apenas o gesso e cinzas volantes, da África do Sul.
Face ao elevado custo do cimento nas zonas Centro e Norte do país, o governante afirmou ser igualmente importante que as indústrias passassem a usar a via marítima com efetividade, o que vai resultar na estabilização do preço do produto, tendo em conta que a via marítima tem custo mais acessível. “É importante que a cabotagem marítima, um serviço criado para facilitar as trocas comerciais, esteja a funcionar de forma efectiva. Este meio de transporte é mais barato que o terrestre e esta é a capitalização que temos que fazer no mar. Nós precisamos de mobilizar os meios que já estão ao serviço da cabotagem e trazer esta dinâmica para que o cimento chegue a preços acessíveis no Norte” concluiu Mesquita,
O Ministro disse que o Governo quer ver melhoradas as condições de habilitação no País, com construções mais resilientes face aos desastres naturais. Neste contexto, acredita que a exploração local de matéria-prima vital para a produção de cimento, vai contribuir para a estabilização de preços no mercado nacional, estando em curso outros estudos com investidores nacionais e estrangeiros para a instalação de uma unidade fabril de ferro de construção a custos mais acessíveis.
Por seu turno, o director geral da Limak Cimentos Seyit Orhan Baydar, disse que as facilidades na aquisição das matérias primas localmente, poderá contribuir na dinamização da produção e, consequentemente, na estabilização do preço”.
Respondendo a alguns dos desafios colocados pelo ministro da Indústria e Comércio, Baydar deu a conhecer que a sua empresa irá iniciar no próximo ano, um estudo de viabilidade na província da Zambézia, com vista à instalação de uma unidade fabril. Referiu que projectam igualmente, produzir energia para ser usada dentro da fábrica, assim como expandir investimentos para a produção de energias renováveis e em área de turismo.
O Governante visitou igualmente uma unidade panificadora e a fábrica União Metalúrgica de Moçambique, COMETAL e SIR MOTORS, uma indústria que se destina a montagem de motorizadas, contentores agrícolas, equipamentos agrícolas, vagões e venda de viaturas, para além de montagem de contentores para distintas finalidades como unidades de assistência médica, postos policiais, entre outros. Nesta unidade fabril, o Ministro mostrou-se impressionado com a alta tecnologia demonstrada, que permite, entre outras funcionalidades, a assistência aos agricultores por via de um aplicativo eletrônico no telefone, tendo manifestado a intenção de incorpora-lo na Caderneta de Comercialização Agrícola.
De referir que as visitas enquadram-se na divulgação do programa nacional industrializar Moçambique, lançado recentemente pelo Presidente da República Filipe Jacinto Nyusi, bem como auscultar ao sector produtivo e compreender toda a dinâmica de produção, desafios e suas expectativas, face aos planos de desenvolvimento do Programa Quinquenal do Governo (PQG).