MIC e industriais de Cimento travam especulação de preço de cimento

Data: 26/01/2021
MIC e industriais de Cimento travam especulação de preço de cimento

Falta de regularidade no fornecimento de cimento, constrangimentos na importação de matéria-prima,  oscilação de câmbio, entre outros factores, ditam a subida de preço de cimento no mercado nacional. 

informação foi avançada, pelo Director Nacional da Indústria, Sidónio dos Santos, durante a conferência de imprensa multissectorial envolvendo o Ministério da Indústria e Comércio, através da Direcção Nacional da Indústria e INAE, em coordenação com a Associação Moçambicana de Fabricantes de Cimento, que tinha o objectivo de divulgar as acções desencadeadas para travar a onda de especulação de preços e os resultados alcançados pela equipa multissectorial durante o trabalho de monitoria das actividades de Produção, distribuição e comercialização do cimento. “O aumento do preço de cimento é uma realidade, mas não no segmento em que ocorre”. Admitiu o dirigente, apontando como uma das razões de especulação de preços, a existência de um circuito de venda ilegal de cimento em mercado negro.

Na sua intervenção, o presidente da Associação de Produtores de Cimento, e Director Geral da Cimentos de Moçambique (CM), Edney Vieira, manifestou-se profundamente agastado com o crescente circuito de venda ilegal de cimento, pois este fenómeno, segundo referiu, mais do desacreditar a indústria cimenteira, representa um grande risco para a economia nacional. 

Mais do que lesar o consumidor final, os operadores ilegais de cimento não observam as regras estabelecidas no Decreto 28/2016 de 18 de Julho, que aprova o regulamento sobre a produção, transporte e comercialização do cimento em Moçambique, o que compromete a qualidade do produto e por consequência, a fraca qualidade das infraestruturas erguidas com cimento do género.

A Associação dos fabricantes de Cimento explicou que de Agosto de 2020 até Janeiro corrente, o preço de cimento aumentou apenas 15%, na fábrica, para cobrir os custos que subiram 25%, devido à depreciação do metical face ao dólar, facto que encarece grande parte das matérias-primas importadas, para além da subida da tarifa de energia eléctrica, na ordem dos 16%.

Por seu turno, a Inspetora Geral da INAE, Maria Rita Freitas, disse que a fiscalização tem sido implacável contra a venda ilegal de cimento, tendo em conta que é nos locais de venda não autorizada onde a INAE diz haver especulação de preços, daí que recomenda a compra do cimento em revendedores autorizados. Dentre tantos benefícios, estes asseguram a disponibilização de produto de boa qualidade devido a obrigatoriedade do cumprimento das regras vigentes no respectivo Decreto. 

No período compreendido entre os dias 13 e 21 de Janeiro corrente, a INAE apreendeu e cativou em todo o País, cerca de 220 toneladas de cimento devido à inobservância de diversos aspectos, com destaque para a especulação de preços, más condições de venda e de conservação.

Estes pronunciamentos acontecem num momento caracterizado por contestação popular devido à subida do preço de cimento nacional nas cidades de Maputo e Matola. Informações postas a circular nas redes sociais, indicam que o preço de saco de 50 quilogramas de cimento chegou a ser comercializado ao preço de 720 Meticais.