MIC E MISAU celebram Semana Nacional do Sal Iodado

Data: 08/11/2022
MIC E MISAU celebram Semana Nacional do Sal Iodado

Os Ministérios da Saúde e da Indústria e Comércio procederam em Namaacha a celebração da Semana Nacional do Sal Iodado, que se comemorou de 24 a 31 de Outubro do ano em curso. A efeméride que este ano celebrou-se sob o lema: “Consuma Sempre Sal Iodado para Redução da Deficiência de Iodo”, tinha o objectivo de promover o consumo do sal iodado no País, através da realização de actividades educativas nas comunidades bem como aconselhar as comunidades sobre a importância do iodo, as causas e consequências da deficiência de iodo.

Importa referir que Moçambique tem cerca de 430 salineiros que produzem cerca de 150 mil toneladas por ano. Apesar da produção, o sal ideal para o consumo ainda é novidade para muitas famílias, uma vez que apenas 50% do sal moçambicano é iodado.

O Secretário Permanente do Ministério da Indústria e Comércio, Jorge Jairoce, disse na sua intervenção, que o Ministério da indústria e comércio tendo conhecimento de que um dos maiores problemas dos produtores de sal é a dificuldade de obter iodato de potássio (KIO3) para assegurar a iodização do sal, fez a entrega recentemente, com o apoio de parceiros de cooperação, de 6,7 toneladas de Iodato de potássio avaliadas em 222,812.00 USD americanos (correspondentes a cerca de 13 milhões de meticais) que constituiu o lançamento do Fundo Rotativo para o Sector de Sal no âmbito do Programa Nacional de Fortificação de Alimentos.

Segundo o ministro da Saúde, Armindo Tiago, o consumo do sal iodado em Moçambique ainda é baixo, uma vez que apenas 45% dos agregados familiares consomem o sal iodado. Há, por isso, necessidade de garantir que todos os moçambicanos consumam o sal iodado.

Armindo Tiago explicou que os efeitos sobre a população resultantes da deficiência grave de iodo variam ao longo das diferentes fases do ciclo de desenvolvimento, sendo que as crianças com deficiência de iodo podem crescer apáticas, com atraso mental, incapazes de se movimentar normalmente, e outros problemas como incapacidade cognitiva, cretinismo e aumento da mortalidade infantil. Nas mulheres grávidas as consequências que mais sobressaem da deficiência do iodo são: abortos, nados mortos, má formação congénita e baixo peso à nascença. Nos adultos em geral temos como manifestação da falta iodo, o bócio endémico, hipotireoidismo e diminuição da taxa de fertilidade.

Estes impactos são relevantes no desenvolvimento humano, econômico e social e para minimizar os efeitos da deficiência de iodo na população, no ano 2000, o Governo aprovou o Diploma Ministerial nº. 7/2000, de 05 de Janeiro, que estabelece a obrigatoriedade da integração do iodato de potássio (KIO3) no sal alimentar.

Em Abril de 2016, foi aprovado o decreto (Decreto 9/2016), que aprova o regulamento de fortificação de alimentos com micronutrientes e estabelece a obrigatoriedade de adição dos referidos micronutrientes nos veículos nele previsto. Todas estas acções visam prevenir a chamada fome oculta que resulta da deficiência de micronutrientes.

O Governo, reconhecendo a mal nutrição como um grave problema de saúde pública, aprovou a legislação sobre Fortificação de Alimentos com Micronutrientes, (Decreto 9/2016) e tem vindo a implementar várias estratégias, sendo a fortificação de alimentos de consumo massivo uma das estratégias, para a redução das deficiências de micronutrientes, tais como vitaminas A e D, B12, Ácido Fólico e Iodo adicionando nos alimentos de consumo massivo e básico.

Por isso tem vindo a mobilizar diferentes actores da Sociedade, entre sociedade civil, sector privado e parceiros de cooperação e de desenvolvimento para o combate deste mal.