PR diz que empresariado dependente da legislação proteccionista não é sustentável

Data: 01/04/2022
PR diz que empresariado dependente da legislação proteccionista não é sustentável

O Presidente da República, Filipe Nyusi apelou aos operadores económicos a fazerem da presente edição da CASP, uma montra que sirva para a projecção do país além-fronteiras e que as reflexões sirvam para consolidar o sector privado e criar um ambiente de negócios favorável ao investimento em Moçambique. O dirigente disse este é o momento de todos falarmos como grandes realizadores e não apenas como grandes analistas, porque cada um pode analisar, mas poucos fazem.

O estadista fez estes pronunciamentos na abertura oficial da XVII Conferência Anual do Sector Privado (CASP), o maior evento entre o governo e o sector privado, que este ano decorreu sob o lema, “Reformando o ambiente de negócios para a recuperação económica”.

Reagindo aos constantes apelos do empresariado nacional para a redução da sobrecarga fiscal, o Chefe de Estado disse que não é sustentável que o sector privado queira depender de medidas protecionistas para competir. “Ter um empresariado que depende de legislação proteccionista não é sustentável. Pedem para tirar um imposto aqui e acolá, vamos acabar ficando sem o braço inteiro”, disse o estadista

De acordo com o chefe do estado, “a CASP tem uma dupla função e começa a ser uma plataforma para o debate conducente às acções e políticas para a remoção de barreiras ao investimento e constitui uma plataforma de divulgação das potencialidades do país bem como do estabelecimento de parcerias estrangeiras”.  Afirmou ainda que o evento constitui “um momento único que enaltece o papel das organizações do sector privado para a introdução de políticas que visem o crescimento económico e criação de emprego, com vista a redução da pobreza.”

Na mesma ocasião, o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma disse que o sector que dirige reconhece os esforços do Governo na melhoria do ambiente de negócios no País, entretanto, entende que alguns programas e projectos aprovadas pelo governo não estão a ser implementadas com a devida celeridade, sendo que seu impacto não tem sido determinante na mitigação das crises que afectam as empresas, comprometendo cada vez mais a sua “recuperação, crescimento e robustez.”

O presidente da CTA apontou como exemplo, o cumprimento das medidas da matriz de reformas do sector privado, que considera aquém do desejado. E para fazer face a esta situação  assinalou que é “ importante realizar uma avaliação do grau de implementação de algumas das acções previstas no PQG 2020-2024 e propor medidas para a sua aceleração como se segue”. Vuma entende “que, ao serem implementadas em tempo útil, estas acções poderão contribuir sobremaneira para a solução dos vários problemas que enfermam as empresas resultantes dos efeitos das sucessivas crises que assolaram a economia nacional”, explicou.

A cada CASP, o sector privado atribui o prémio Formiga, a mais alta categoria de reconhecimento do empresariado nacional a uma individualidade que se tenha destacado na melhoria do Ambiente de Negócios. O “Prémio Formiga 2022” foi atribuído ao Presidente da República pelo reconhecimento das reformas económicas conduzidas, e equilíbrio macro-económico na gestão das medidas de combate a pandemia da covid-19.